LOR: Afinal, o que está desbalanceando a região de Piltover & Zaun?

Estamos chegando na temporada competitiva do formato Eterno. E, como todos sabemos, os decks desse formato são extremamente malucos, cheios de interações fortíssimas e cartas mais fortes ainda. Isso levanta um assunto que começou a ser recorrente na comunidade competitiva: “Afinal, o que está desbalanceando a região de Piltover & Zaun?”.

Essa região é protagonista de diversas listas competitivas, e também faz suporte para muitas outras. Estamos falando de Samira Seraphine, o melhor deck do formato Eterno, Aphelios Viktor Slow Burn, lista campeã do último Runeterra Open do formato Eterno, decks de “Timelines”, listas de Controle, listas de combo de cogumelos, Discard Aggro, e muito mais.

Perceba que a região explora todos os arquétipos e conversa bem com muitas estratégias de jogo. Todos estamos sentindo haver algo de errado na região, e por isso venho trazer um pouco da minha experiência em game design para levantar algumas questões, além de dar minha opinião sobre algumas mudanças que poderiam ser bem-vindas. Quero melhorar a experiência de todos quando se trata de jogar com e contra Piltover & Zaun.

Também analisaremos como a própria Riot enxerga a região, e faremos uma comparação da visão deles com o que temos atualmente no jogo.

Antes de tudo, devemos deixar claro que o termo “desbalanceado”, nesse artigo, se refere a frequência fora do comum na qual essa região é requisitada em metas competitivos em comparação a outras regiões. É fato que Piltover & Zaun é a região que mais abrange decks diferentes, mas isso é um problema?

Segundo a própria Riot, “Piltover & Zaun se destaca em diferentes formas de manipulação de mãos. Seja na compra, na criação, na seleção ou previsão de cartas.” Esse tipo de qualidade da região é muito bem-vindo, uma vez que inovação e adaptação são coisas que outras regiões possuem muita dificuldade em ter - tornando Piltover & Zaun uma região coringa, ou seja, as cartas dessa região combinam com muitas estratégias, pois a identidade da região é ser abrangente.

Então julgo que Piltover & Zaun estar em presente em muitos decks não é um problema, uma vez que isso é intencional.

O problema é que muitas dessas cartas, ditas abrangentes, não corroboram com os ideais que a Riot pensou para região, descaracterizando bastante o que Piltover & Zaun deveria ser, e trazendo um aspecto desbalanceado.

Essas são as supostas fraquezas que a região deveria ter, segundo a Riot:

Agora, vejamos que cartas fogem desses ideais propostos, e não representam a identidade da região.

A primeira carta que descaracteriza a região e traz um ar de desbalanceamento é Viajantes Aborrecidos. Essa carta é de longe uma das mais odiadas do jogo inteiro.

Como a própria Riot disse, Piltover & Zaun precisa de feitiços para interagir com o oponente, e ela interage de maneira muito abusiva com a mão oponente sendo uma unidade. Sabendo que isso não é nada que a região deveria fazer, logo todos percebemos ter algo de errado com essa carta, e ela foi devidamente nerfada e rotacionada.

O problema é que, agora, na temporada competitiva do formato Eterno, essa carta é autoincluída em todos os decks lentos que levam Piltover & Zaun, e ela sozinha mata muitas estratégias focadas em jogar cartas de custo alto, ou até mesmo decks cujas cartas principais são as mais caras, como o Karma Sett.

Depois, temos cartas que possuem atributos “premium”, o que é algo que não deveria ter na região. Aí, entramos em um assunto um pouco polêmico: o que é um atributo premium. E, na minha opinião, é quando a carta entrega um efeito forte ou comum, e ainda possui atributos de uma carta com um efeito fraco, ou sem efeito.

Um bom exemplo disso é comparar as cartas Miaudroide e Draga do Sumidouro. O Miaudroide custa o mesmo que a Draga, mas tem 3 pontos de ataque a menos por possuir um efeito forte, que é o Elusivo. Já a Draga do Sumidouro possui atributos premium, pois ela te entrega um efeito forte em uma unidade com ataque e vida que podem ser comparados a outras unidades do mesmo custo, e de outras regiões.

Por isso, julgo que a Draga do Sumidouro é uma carta que descaracteriza a região de Piltover & Zaun, pois tem atributos “premium”.

Cartas com Aperfeiçoar não entram nessa categoria desbalanceada, pois elas são dependentes de outras cartas para poderem crescer. Assim como acho que o Guardião da Praça também não se encaixa nesse aspecto, por ser necessário jogar feitiços para poder diminuir o custo dele.

O Náufrago Piltovense pode ser classificado como premium, mas acredito que, na grande maioria das vezes, essa unidade entra em campo com 1 ponto de vida, e isso definitivamente não é premium.

Se seguirmos essa lógica, acredito que todas essas cartas são unidades com atributos premium que descaracterizam a região de Piltover & Zaun:

E, por último, temos a característica de que a região de Piltover & Zaun não deveria “proteger o seu Nexus e suas unidades”. Isso nos leva à carta que começou toda essa discussão, a mais nova adição da expansão Coração da Caçadora: Monumento do Sumidouro.

Essa carta não deveria existir se a região de Piltover & Zaun não deveria proteger o seu Nexus.

Proteger o Nexus e unidades abre outra discussão sobre a região, que é: “Os feitiços aleatórios gerados de cartas de Piltover & Zaun que são de outras regiões podem proteger as suas unidades e Nexus, e isso também pode trazer um ar de desbalanceamento para a região”.

O RNG em Piltover & Zaun é algo que entra em conflito direto com a visão que os devs criam para a região, de que Piltover & Zaun deve se inovar e adaptar. Mas, e quando essas inovações entram em conflito com a visão de que a região não deveria defender as suas unidades, isso é desbalanceado?

A resposta é sim, mas é algo que não podemos fazer nada a respeito. Isso é um assunto muito delicado, pois cartas como a campeã Seraphine e o Bar do Beco geram cartas aleatórias de outras regiões, e essas cartas aleatórias podem levar o jogo para rumos nos quais divergem muito da proposta que Piltover & Zaun traz.

De repente você gera do seu Bar do Beco uma unidade com Desafiador, e agora você pode controlar a mesa do seu adversário sem depender de feitiços, ou você pode gerar uma Disciplinas Gêmeas da sua Seraphine e agora pode proteger as suas unidades. Isso que nem estamos falando de Timelines.

Não podemos fazer nada a respeito do RNG, pois esse tipo de efeito é uma forma de se adaptar que Piltover & Zaun têm, e é uma mecânica que em card games digitais traz diversão para os jogadores casuais. RNG deixa o jogo refrescante se você for novo ou inexperiente no jogo e ainda não tem acesso a todas as cartas.

Os jogadores competitivos fazem parte de uma bolha muito pequena, mas afetada por esse tipo de mecânica do jogo. Muitas vezes as mudanças nessas cartas são custo de mana e atributos, na intenção de deixá-las mais lentas e menos abusivas. Mas isso não está impedindo que sejam jogadas em listas competitivas.

RNG é um assunto que gera muita discordância, mas uma coisa é certa: RNG é algo que a Riot quer para Piltover & Zaun. Cabe a você julgar se isso é ou não desbalanceado para a região.

Se você leu até aqui, você se interessa bastante com game design assim como eu! Gostaria muito de saber a sua opinião nos comentários, se concorda com os pontos citados no artigo, e se acha que o RNG das cartas citadas é desbalanceado.

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