O sucesso de um jogador profissional de LoR é baseado em 40% habilidade, 40% preparação, 15% mental e 5% sorte. Hoje, para garantir para você aqueles 40% da preparação, vamos falar sobre montagem de lineups!
Seguindo as regras normais de deckbuilding do formato principal do competitivo, o "Riot Lock", não basta apenas você levar os três decks mais fortes do meta para o torneio. Na verdade, isso pode ser até muito prejudicial para o seu aproveitamento, por isso eu separei um punhado de informações úteis que você precisa considerar quando chegar a hora de montar uma lineup competitiva. Vamos lá.
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Entendendo o ecossistema competitivo
A primeira coisa que você deve saber é que o meta das filas ranqueadas é completamente diferente do meta de torneios.
Em geral, nas ranqueadas, os jogadores procuram listas mais rápidas, pois o tempo gasto jogando é muito mais precioso que a vitória em si, para maioria dos jogadores. É por isso que sempre os primeiros jogadores a pegarem mestre no início de temporada utilizam decks agressivos.
Mas em torneios é diferente, pois o meta é sempre mais lento, cheio de interatividade e muito mais difícil de entender. Porém, existem fenômenos que se repetem, durante o período de início de uma temporada, até chegarem cartas novas ou mudanças para o jogo.
Com base nesses padrões, você pode identificar em que momento você se encontra no competitivo, e isso pode te ajudar a melhorar a sua preparação para torneios.
Observe a imagem abaixo:
Essa imagem representa o triângulo do ecossistema competitivo. Quanto mais para cima, mais popular é o elemento dentro do ecossistema. Os decks que fazem parte do triângulo são representados por uma letra.
Vamos ver o que cada elemento significa:
> Meta — Se refere a tudo que é o mais recomendado para você levar para torneios. Não necessariamente o meta é representado por um deck: pode ser que um pacote de cartas de uma região esteja forte demais, ou um estilo de jogo esteja muito dominante.
O Meta é completamente independente do triângulo competitivo, pois tudo abaixo dele existe e trabalha contra o meta, tentando virar o próprio meta.
Diferente dos outros elementos, o meta pode representar mais de um deck também. Ou seja, pode ser que mais de uma lista esteja dominando o jogo.
É preciso deixar claro que o meta não é necessariamente composto pelas listas mais fortes, mas sim as mais recomendadas e populares. Pois, no fim do dia, o ecossistema competitivo é um concurso de popularidade.
A taxa de vitória das listas influencia, sim, mas não é o foco principal dos jogadores. Pois não adianta nada você jogar com um deck que está com 80% de taxa de vitória, se o torneio inteiro irá com listas que ganham desse deck.
> A — É o deck que ganha ganha do meta. Normalmente, essas listas são as primeiras que surgem numa temporada nova logo depois das mudanças, e rapidamente dominam o ecossistema inteiro pois são decks muito fortes.
Isso se dá por causa de Buffs, ou por o meta estar favorável para essa estratégia, ou em pouquíssimos casos, por popularidade mesmo.
Em pouco tempo, o deck A vai dominar o cenário competitivo, e logo todo mundo vai estar jogando com essa lista, ou contra essa lista.
É natural que ao longo do tempo a popularidade do deck A seja tão grande que ele ocupe o espaço do meta.
> B — É o deck que surge para ganhar do deck A. Perceba que não necessariamente o deck B é preparado para jogar contra o meta, pois a existência, ou o retorno dessa lista para o ecossistema competitivo, se dá única e exclusivamente a respeito do deck A estar muito forte.
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Dependendo da popularidade do deck A, o deck B pode ou não tomar conta do topo da pirâmide, e virar um deck A. É comum esse tipo de lista virar a mais popular, pois ela responde ao deck mais forte.
> C — O deck C aparece quando o deck B começa a ser um problema. Devido a grande popularidade do deck A, o deck B agora começa a ser muito forte, e por causa disso, é viável uma estratégia na qual você joga com o counter do counter do meta.
Esse tipo de lista demora mais para aparecer durante uma temporada, e pode ser descoberta até mais para o final do período competitivo.
Perceba que os elementos Meta, A, B e C estão alinhados, apontando para cima. Isso significa que o processo natural de rotatividade do meta faz com que o deck que está em baixo tome o lugar do deck que está em cima. Ou seja: O deck A vira o meta, o deck B vira o A e assim por diante. Os elementos D e E não fazem parte dessa rotatividade e vamos explicar o porquê disso agora:
> D — É a lista mais forte em teoria. Esse deck é o que será descoberto no final do período competitivo.
Sempre existirá uma lista que quebra as regras da rotatividade, e o deck D é exatamente essa lista. O deck D pode deixar o triângulo inteiro obsoleto, e criar um triângulo só dele num futuro próximo.
Normalmente esse tipo de deck passa despercebido pelos nerfs, pois a sua descoberta foi muito tardia, e quando chegam novas atualizações no jogo, podem acontecer algumas coisas.
— ou o deck D vira o meta;
— ou o deck D vira o deck A;
— ou o deck D some, pois o meta virou por completo por causa das mudanças.
Esse tipo de lista são as que todo mundo está procurando montar, e dependendo de quando ela for descoberta, o meta pode fazer várias e várias voltas durante um período competitivo.
> E — A lista E é um fenômeno que se dá à popularidade. Não é comum isso acontecer, mas pode ser que uma lista que é muito forte contra o deck A apareça, e por sua popularidade começa a ganhar muitas partidas. Mas ela perde para todo o resto do triângulo competitivo. E por causa disso, a sua estadia no competitivo dura muito pouco.
Quando isso acontece, normalmente dura em torno de uma semana no máximo, que é tempo suficiente para dois ou mais torneios acontecerem, e os jogadores perceberem que o deck não é tão interessante assim.
Colocando em prática o triângulo do ecossistema competitivo
Vamos botar em prática o triângulo do competitivo, e relacionar cada elemento com um deck que um dia foi meta do jogo, para facilitar a visualização do conceito inteiro da rotatividade competitiva.
Usando o estado atual do ecossistema competitivo, organizei essa imagem onde cada deck do ecossistema em questão estaria.
> META — Lá no início nós tivemos as alterações e Buffs no arquétipo do Jax e Ornn, e logo essa lista virou a mais popular e se tornou o meta, e isso desencadeou o resto do ecossistema competitivo.
> Elemento A — Na posição do elemento A, nós temos a lista de Ryze, que serviu por muito tempo como counter direto das listas de Jax. O Ryze rapidamente virou o alvo do competitivo e todas as listas abaixo no triângulo são focadas em responder o campeão de Runeterra.
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> Elemento B — Na posição do elemento B, temos o deck de Kayle e Leona, que foi a alternativa agressiva que o competitivo adotou para responder diretamente o Ryze.
> Elemento C — Logo abaixo no elemento C, temos o deck de Garen e Jarvan IV, que é uma lista com o objetivo principal de ser um deck que bate de frente com Leona e Kayle. Abaixo disso, os decks são mais obscuros e não possuem alvos específicos, por isso que o triângulo extravasa para os lados, dando origem aos elementos D e E.
Até existem decks que são focados em neutralizar o Garen, mas essas listas demoram um pouco mais para fazerem parte do ecossistema competitivo e de fato conquistarem o seu lugar ao sol.
> Elemento D — No elemento D, temos a lista de Jayce e Heimerdinger, que é o grande achado do meta, na minha opinião. É o deck que ganha de tudo por enquanto, e, como já falamos nesse artigo, a tendência, caso a popularidade desse deck aumente ainda mais, é que ele vire o meta.
> Elementos E — Temos Azir e Irelia que faz um retorno triunfante ao competitivo apenas para responder ao Ryze, porém perde para todo o resto, e eventualmente será esquecido.
Coisas para considerar a respeito do triângulo do competitivo
Perceba que todos os elementos trocam de lugar o tempo inteiro. Pode ser que um deck A surja, e depois de um dia já vire o meta. Ou pode ser que uma lista surja e apareça só em um torneio e depois nunca mais veja gameplay competitiva.
Esse diagrama serve para você identificar onde o seu deck está, e para onde ele provavelmente irá nos próximos dias. Dessa maneira, você pode focar em outras coisas, como estratégias de montagem de lista. Mas para aprender isso, antes você precisa saber:
Como identificar o seu estilo
Não estamos falando de Aggro, Controle e Combo. Estamos falando de:
Você joga com o meta, respondendo o meta, um pouco dos dois, ou off-meta?
Vou dar alguns exemplos de lineups de cada estilo citado acima e comentar um pouco sobre para você tentar identificar como é o jeito que você mais gostaria de jogar um torneio.
Lineup Meta
Como o nome já diz, estamos usando os decks do meta, ou seja, listas que são fortes por si só e estão bastante dominantes.
Eu escolhi Jax Ornn, Illaoi Twisted Fate e Kayle Leona.
São três decks de natureza agressiva, com elementos de Midrange, e unidades muito parrudas. Com essa lineup você está levando três decks que estão comunicando a seguinte frase: "Eu que mando no ritmo do jogo e você que responda".
E é praticamente isso mesmo que está acontecendo: o tempo da partida sempre será todo seu. Esse tipo de fenômeno de ser dominante é muito comum em listas do meta: você sempre terá decks dinâmicos e independentes.
Lineup anti-meta
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Você está preparado para bater na lineup do meta que acabamos de ver. Esse tipo de lineup é a mais famosa em torneios, pois todo mundo quer bater no que está forte.
O problema é que eventualmente, como já discutimos nesse artigo, o que bate no que está forte, acaba virando o que está forte, e o ecossistema rotaciona. Por isso, tenha cuidado quando for levar uma lineup de resposta ao meta, pois se você estiver por fora do que está acontecendo com o jogo, você pode ser o meta.
Eu escolhi duas listas de Noxus-control e um mono Ryze para compor essa lineup.
São decks responsivos, mas nem sempre o arquétipo responsivo ou de controle é o anti meta. Pode ser que listas agressivas sejam o anti meta também, e tudo isso depende de como está o ecossistema competitivo do jogo no momento atual que você está.
Lineup Misturada
Na minha opinião, esse tipo de lineup é o que eu mais recomendo, porém, também pode ser a lineup mais difícil de descobrir. Pois você está levando elementos do meta junto com decks que ganham do meta.
Banir os decks adversários é um pouco mais complexo com esse tipo de estratégia, mas com bastante treino e dedicação você uma hora pega o jeito.
Para essa lineup, eu escolhi novamente o Ryze, junto de um deck de Kayle Leona mais a temida lista de Jayce com Heimerdinger.
Você consegue ter uma margem de confrontos favoráveis muito maior com essa estratégia. Mas se você enfrenta alguém que teve a mesma ideia que você, de levar de tudo um pouco, é possível que você jogue algumas mirror match, ou partidas que beiram os 50% de taxa de vitória com bastante frequência.
De qualquer forma, é comum ver que a maioria dos jogadores que são bem sucedidos em torneios levam esse tipo de estratégia.
Lineup off meta
É uma lineup que pode ser considerada competitiva, mas não otimizada. São listas que desempenham de forma inconsistente, porém com um certo sucesso contra alguns decks do meta.
Podemos julgar que esse tipo de estratégia se assemelha muito ao anti meta, porém você está muito mais preocupado em surpreender o seu adversário, jogando com listas que ele não está acostumado a jogar contra.
Eu escolhi para ilustrar essa estratégia as listas de Azir Irélia Profundezas e Viego Evelynn
São decks que performam bem, porém em situações um pouco exclusivas demais, porém, são listas que podem ser consideradas fortes o suficiente para entrar em uma lineup competitiva.
Considerações Finais - Pedra, Papel, Tesoura!
Imagine que o Runeterra é um grande pedra-papel-tesoura, porém com muito mais elementos do que só uma tesoura, uma pedra e um papel. Para quem assistiu ao famoso seriado "The Big Bang Theory", sabe que existe o "Pedra Papel Tesoura, Lagarto e Spock"
Runeterra é tipo isso, e mais um pouco. Na verdade, eu creio que Runeterra está mais para:
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Pois é, agora imagine esses elementos representando os decks, o tempo todo se movimentando, trocando cada um de lugar, saindo e entrando no ecossistema do jogo. Sendo inconsistentes ganhando mais ou menos dependendo de quem está jogando com eles, esse é o Runeterra de verdade. O segredo para uma boa lineup é estar atento e estudar o que cada um está levando para os torneios.
Você descobrirá que cada torneio tem o seu próprio meta, e cada meta tem a sua própria resposta. Não existe uma receita de bolo para resolver o problema das Lineups do competitivo: você deve se dedicar a entender o que está acontecendo no torneio que você vai jogar.
Sabendo disso, espero ter ajudado você a clarear as ideias, e entender como funciona o processo de montagem de lineups.
Espero que você tenha compreendido como cada deck se comporta no ecossistema competitivo e como isso influencia a sua decisão de que listas levar para o torneio. Caso tenha gostado do conteúdo, não se esqueça de comentar e compartilhar nas redes sociais!
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