História Completa do Clássico Gangplank Sejuani
Introdução
Você sabia que a comunidade brasileira de Legends of Runeterra é responsável por criar grande parte dos decks que os jogadores utilizam nas filas ranqueadas, e até mesmo em torneios de alto nível?
Pois é, grandes nomes como “4LW” e “Sudrakon” foram responsáveis por popularizar ideias e botar o Brasil no mapa do competitivo como a região que cria os decks. Por causa disso, o Brasil sempre foi muito forte nos torneios internacionais e de comunidade.
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Hoje contaremos a história de uma das maiores contribuições do Brasil para a comunidade de Legends of Runeterra, o deck de Gangplank Sejuani.
O Início de Tudo
Nossa história começa no dia 28/04/2020. Dia do lançamento oficial do LoR, com a primeira expansão “Marés Crescentes”, que trouxe a mais nova região para o joguinho, Águas de Sentina.
Nessa época, os torneios de comunidade estavam começando a surgir com bastante intensidade, e o jogo estava bastante movimentado. Ainda era uma fase do Runeterra em que o meta era visto de uma forma bastante experimental, até porque foram adicionadas mais de 120 cartas novas ao jogo, e muito da comunidade ainda estava se formando. Então, era difícil saber ao certo o que realmente era forte, e o que realmente funcionava.
Havíamos acabado de sair de um meta de decks de Controle. Karma era muito forte no beta, mas logos nas primeiras atualizações de Marés Crescentes, ela foi nerfada. Isso deu início a primeira era Midrange do Legends of Runeterra.
A Primeira Era Midrange
Estamos em meados de agosto de 2020, e o deck mais popular é Ashe Sejuani.
Com a chegada da região nova, o jogo ficou mais rápido, e muitos decks agressivos começaram a surgir. Ainda tínhamos alguns decks de elusivos rodando, e por causa disso os congelamentos eram uma ótima opção para parar as agressividades.
Nessa época, Noxus começou a transicionar levemente para uma região com elementos de Controle.
“O primeiro pacote de cartas de Águas de Sentina era muito forte.”
- 4LW
A maioria dos decks desse meta era alguma combinação de campeões junto a essas cartas listadas acima. E foi assim que surgiu a primeira versão do Gangplank Sejuani.
Não se sabe ao certo quem foi a primeira pessoa que criou a primeira lista. Mas uma coisa é certa: os campeões nasceram para ficar juntos. Até hoje são os únicos que possuem as mesmas condições idênticas de level-up. Então, a sinergia entre os dois é bastante clara, mas não foi tão popular assim no início.
Não era tão fácil assim nessa época causar dano ao Nexus do oponente todo turno. E outros campeões de Águas de Sentina estavam muito mais populares, como, por exemplo, a Miss Fortune e o Twisted Fate. Por isso, Gangplank e Sejuani não eram tão jogados.
O primeiro registro de um deck de Gangplank e Sejuani que tenho em um torneio grande valendo dinheiro é essa versão do “4LW”, de meados de setembro de 2020:
“O deck era bom contra Ashe e Sejuani, mas não era uma lista muito meta nessa época”
- Ian "Iannogueira" Nogueira
A mecânica de “Pilhar” antigamente comprava cartas do topo do deck do oponente. Isso era ótimo contra os arquétipos que rodam Yeti Enfurecido, pois você poderia roubar eles do deck do seu adversário.
Também, historicamente, sempre foi muito efetivo roubar cartas de decks de Controle de Noxus, pois você tira dos seus oponentes elementos de Burn de uma lista que naturalmente já não possui compras de cartas e fica sem gás muito rápido. Por causa disso, Gangplank Sejuani começou como uma lista que foi feita para jogadores que gostam de decks mais lentos, com ferramentas bastante pontuais que são fortes contra o meta e, simultaneamente, tendo uma condição de vitória que tem sinergia com o restante da lista.
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Como a mecânica de Pilhar era o principal foco do deck, e a melhor carta de Pilhar era Yordle Vigarista, que vinha com a mecânica de Lealdade, o deck sempre vinha com no máximo 6 cartas de Freljord, e o resto era de Águas de Sentina. Dessa maneira, o jogador corria menos risco de não ativar a sua Lealdade.
Ao longo da história dessa lista, existiram 3 jogadores brasileiros que foram grandes saudosistas do deck. Eles são "4LW", "Sudrakon" e "Blackboss". Tanto que a unidade de Águas de Sentina, Mergulhador Evasivo, até hoje é chamada de "Blackboss", pois foi ele a primeira pessoa a utilizar dessa unidade nas listas de Gangplank Sejuani.
Em resumo, era uma lista counter do meta, mas não muito popular. Ela possuía em torno de 50% de taxa de vitória contra a maioria dos decks, era consistente, mas existiam outras opções melhores e mais fortes, como:
Ano de 2021
Durante esse ano, o deck permaneceu muito tempo engavetado. Em 2021, tivemos a adição de duas regiões novas; Shurima e Bandópolis, que roubaram a cena o ano todo, e que não adicionaram em nada para o arquétipo.
Porém, em meados de agosto e início de setembro de 2021, época de mundial, o deck renasceu das cinzas. Foi protagonista também da primeira vitória de um brasileiro no torneio sazonal de Legends of Runeterra. Blackboss levou para casa 10.000 dólares usando a lista.
Nessa época, o deck já era referido como um clássico e voltou a ser utilizado novamente para responder um meta Midrange. Decks de Sion Draven e A Árvore de Bandópolis estavam dominando o cenário competitivo, e Gangplank Sejuani era uma ótima resposta. Mais uma vez, a lista tinha boas partidas contra tudo, com as estatísticas muito próximas dos 50% de vitória contra grande maioria do meta.
Foi nessa época também que, durante o Mundial de 2021, o deck ficou popular por trazer uma ideia diferente que até então ninguém havia pensado: levar apenas uma cópia de Feel The Rush.
Isso, nos torneios, ficou popularizado por um jogador brasileiro, “Realkey”, e na Twitch e na fila ranqueada pela “Mafraju”, a melhor jogadora de LOR do Brasil. Tanto que no mundial desse ano, o uso do Feel The Rush era mencionado como “O toque Mafraju”.
Outro detalhe é que foi por causa dessa adição do Feel the Rush que o deck parou de usar 3 cópias de Sejuani, pois ainda era muito focado na utilização da mecânica de Pilhar. Então, reduzir o número de Sejuanis para maximizar as chances do Yordle Vigarista ativar o seu efeito de Lealdade era o meta da época.
Ano de 2022 e 2023
É preciso dizer que essa lista foi constantemente nerfada ao longo de sua história. Não porque era um deck muito forte, mas sim por se tratar de uma lista de Lealdade. Ou seja, é natural do deck trazer quase que em sua totalidade cartas da região de Águas de Sentina. E a região é até hoje possivelmente a mais nerfada de todos os tempos.
Dessa maneira, os nerfs não eram focados no Gangplank Sejuani, mas sim em outros decks que utilizavam das cartas fortes de Águas de Sentina. E como naturalmente listas de Lealdade tentam sempre trazer as melhores cartas da sua região, todos os nerfs acabaram por encontrar a lista de Gangplank Sejuani por tabela. Proponho dermos uma olhada em todas as cartas que tomaram nerf dessa lista ao longo de sua história:
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Chuva de disparos permaneceu nerfada por bastante tempo durante 2021, mas depois teve seu custo de mana original restituído. Rex Correnteza também perdeu alguns de seus tiros durante um tempo, mas foi revertido.
Os anos de 2022 e agora início de 2023 com certeza foram os melhores para o deck. Como agora não temos mais regiões novas entrando no jogo, o foco para as mudanças é bem distribuído para regiões mais antigas.
Por isso, muitas cartas novas foram adicionadas ao pacote de Gangplank e Sejuani. O deck começa bem o ano, mas fica um pouco apagado logo depois do surgimento dos campeões novos, que deixaram o jogo um pouco rápido demais, como no caso do Jhin e da Annie.
Porém, diferente do ano de 2021, agora o deck é mais conhecido e mais popular, aparecendo com uma frequência baixa, mas ainda sendo presente em torneios de comunidade ao longo do ano inteiro. Foi realmente agora no fim do ano de 2022, durante a época do mundial, e durante o primeiro torneio sazonal de 2023, que o deck voltou, e voltou com tudo.
Vejamos uma versão da lista jogada em meados de setembro de 2022 e outra mais atual, do primeiro Torneio Sazonal de 2023.
É perceptível que a lista mudou muito seu estilo de jogo, e agora é completamente outro deck. A lista atual é focada na carta Espíritos Libertos, que faz com que o deck ou jogue muito para frente, ou muito para trás - depende muito da sua mão inicial.
Se você começa o jogo com cartas baratas, joga como um Aggro. Se começa com cartas pesadas, joga como um deck de Combo. A volta do Gangplank Sejuani dessa vez se dá pelo fato de o jogo se encontrar em um dos metas mais variados de todos os tempos, e por causa disso, os jogadores se viram na necessidade de ter em suas mãos uma lista consistente e de segurança.
Por Gangplank Sejuani ainda ter 50% de taxa de vitória contra maioria do meta, é a opção mais segura para os jogadores, tanto dos torneios quanto da fila ranqueada, para jogar contra os decks mais variados que estão rodando. Ele não entra em uma lineup de torneio para ganhar confrontos específicos, e sim entra como um deck que você tem certeza que vai performar de uma maneira decente.
Hoje em dia, o deck se segura por meio de uma carta, a melhor carta de compra do jogo inteiro: Olho de Nagacáburos. Na verdade, a lista inteira é montada e pensada hoje para se adequar a essa carta. É por isso que cartas como Artilharia Cascuda estão presentes no deck.
“O deck se mantém com base nessa carta, Olho de Nagacáburos, e se por ventura ela tomar nerf, pode ter certeza que não veremos mais o deck rodar por um bom tempo.”
- 4LW
Conclusão
Essa lista é uma das mais curiosas, e sempre voltará para o meta quando o jogo ficar um pouco mais lento e precisando de respostas para decks Midrange.
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Espero que tenha gostado de conhecer um pouco sobre a história dessa lista incrível. Se curtiu, não esqueça de comentar e compartilhar o artigo nas redes sociais! Até logo!
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