Introdução
Hoje venho trazer um pouco sobre a história do competitivo do Runeterra: falaremos sobre listas que fizeram jogadores abandonarem o LoR.
Esse assunto é um pouco complicado, pois em cada meta tivemos decks muito fortes, e muitas listas fortes não co-existiram com outras listas fortes no mesmo meta. Então algumas comparações entre essas listas muitas vezes podem ser um pouco injustas.
Por isso, focaremos em decks que mudaram completamente o ecossistema competitivo, e foram absurdamente fortes nas suas épocas.
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Os decks não estão listados em nenhuma ordem específica.
Targon Canto da Sereia
Essa lista foi a protagonista de um dos metas mais polarizados de todos os tempos. 90% dos decks competitivos e fortes na fila ranqueada levavam o mesmo pacote de cartas, além do feitiço Canto da Sereia.
Durante a temporada competitiva do Eterno da expansão Coração da Caçadora, ou você jogava de Canto da Sereia, ou jogava com algo que ganhava desse deck. O grande problema (muito parecido com o problema atual que temos com o Dragão Ancião) é que maioria dos decks que ganhavam dessa estratégia também eram listas de Canto da Sereia.
Dessa forma, dos 8 finalistas do Open do Eterno do Coração da Caçadora, 6 levaram o mesmo deck, e o resto levou uma versão “Counter” do arquétipo. A Final foi uma partida espelhada da lista que apresentei logo acima.
O nerf no Canto da Sereia atrasou muito na época devido à época de férias da Riot coincidir com a temporada em que a carta ficou quebrada. Isso resultou em um longo período onde o Runeterra se resumia a apenas esse tipo deck (foram longas e torturantes semanas). Esse tempo foi o suficiente para fazer muitos jogadores competitivos largarem o jogo.
TF Fizz
O arquétipo de Twisted Fate Fizz é um dos mais vitoriosos de todos os tempos, ainda atualmente, em termos de quantas vezes esse estilo de jogo ganhou um torneio oficial de LoR.
Durante o período de abril de 2020 até o lançamento de Shurima em março de 2021, esse arquétipo foi o melhor deck do jogo disparado. Após o lançamento de Shurima. ele ainda sobreviveu alguns meses, sendo uma opção viável no competitivo até o lançamento de Bandópolis.
Ainda em Março de 2021, tivemos um patch que nerfou o Twisted Fate e seu feitiço assinatura, e em conjunto, alguns campeões como Aphelios e Jarvan IV foram buffados no mesmo patch - Tirando muito do protagonismo do TF Fizz no meta.
Então podemos concluir que durante um período de 1 ano, essa lista foi o deck mais poderoso do jogo.
Esse deck só não era mais forte, pois era um arquétipo difícil de pilotar, e muitos jogadores não conseguiam extrair 100% da lista em seus jogos. Tanto que as taxas de vitória do nos sites de estatísticas da época não refletiam a verdadeira potência da lista.
Você que não viveu essa época, imagine que comprar cartas não era uma mecânica muito abundante no jogo, e a quantidade de cartas também era bastante reduzida, talvez até menos da metade de cartas disponíveis atualmente. Sendo assim, quando saiu a região de Sentina, com o tanto de compras de carta, rapidamente esse deck, que era especialista em comprar, se tornou a lista mais eficiente do meta. Tendo no seu arsenal de condições de vitória, havia praticamente tudo que uma lista de Runeterra precisa: um ótimo combo, unidades fortes, e muito dano direto.
Uma ótima comparação dessa lista é com o arquétipo de Janna Nilah. A grande diferença é que na época, o jogo não tinha cartas como Texurso Segurança e outras cartas que param elusivo, além de estratégias midrange rápidas o suficiente para lidar com a lista de compra.
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Por isso, duranter muito tempo, sobrevivendo a muitos nerfs e se reinventando a cada patch, o arquétipo de TF Fizz sobreviveu um ano inteiro sendo a melhor lista do jogo.
Ahri kennen
O arquétipo de Ahri Kennen é uma das listas com uma das histórias mais engraçadas de todas.
Esse deck chegou ao jogo junto da expansão Além do Bandobosque, e junto também da região inteira de Bandópolis. O meta anterior a essa expansão foi um dos piores de todos os tempos (falaremos sobre ele no próximo tópico), e por isso, essa expansão tinha a promessa de Consertar o jogo.
Infelizmente não foi o caso, pois logo no início da temporada, o deck de Ahri Kennen se tornou tão forte, que mesmo levando 3 cópias da pior carta do jogo, Custos Afundados, ainda era uma lista com mais de 70% de taxa de vitória - e o melhor deck da fila ranqueada.
O que fez muitas pessoas deixarem de jogar Runeterra foi estarmos recém-saindo de um meta em que Ionia era a melhor região, e entrando em outro meta em que a região é dominante, porém agora com elusivo (a palavra-chave mais odiada do jogo). Isso gerou um cansaço nos jogadores que não aguentavam mais ver os decks Rosa na fila ranqueada, e é por isso que até hoje Ionia é abominada por muitos jogadores (Karma Sett também influenciou bastante nisso).
Essa lista não tinha nenhum Counter, e era muito difícil remover as unidades, já que os feitiços de proteção do deck eram muito baratos, e combinavam muito com a mecânica de retornar da lista. Você voltava as suas unidades para a sua mão para protegê-las, te permitindo jogá-las novamente, reativando suas habilidades. Isso criava um ciclo vicioso na partida, o qual você punia o seu adversário por tentar interagir com você. E como o Runterra é inteiro montado a partir das interaçõe, o jogo ficou frustrante para grande maioria dos jogadores.
Outro fator foi que essa lista fazia muitas ações, e parecia que só quem estava de Ahri Kennen estava jogando (e o barulho da marca do Kennen também era insuportável.)
Azir Irelia
Buh!
Até hoje essa lista assusta todo mundo por ser a protagonista de um dos piores metas do jogo inteiro (aquele que comentamos no tópico acima).
Na revelação de Shurima, logo após o meta de TF Fizz, foi a vez do Azir Irelia. Nessa época, Lissandra e Trundle era uma das melhores e mais populares listas do competitivo também, e conseguia bater de frente com grande maioria desses decks. Porém, quando surgiu Azir Irelia, esse deck de Lissandra deixou de ser um dos melhores, para ser uma das piores opções competitivas, pois perdia muito para o arquétipo de Shurima.
Ao mesmo tempo, Nasus e Thresh surgiu como uma ótima opção de counter para Azir Irelia. E adivinhe só, Lissandra Trundle era um dos poucos decks que ganhava de Nasus. E assim se formou uma espécie de Pedra, Papel e Tesoura no meta competitivo.
Todos os decks fora desse ciclo fechado de 3 listas eram praticamente off meta e não performavam muito bem, com algumas exceções.
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Mas, mesmo tendo um “counter” direto, o Azir Irelia se sobressaiu muito em popularidade por ser uma lista que pune muito qualquer estratégia emergente, ou deck off meta. Isso porque você atacava durante os turnos defensivos, e isso é perfeito para desestabilizar o jogo de qualquer deck de controle ou lista com estratégia mais lenta.
Sendo assim, o meta não conseguia evoluir devido ao Azir Irelia não deixar que nenhum deck “funcionasse” (fora o Nasus Thresh).
Esse foi um dos piores, se não o pior meta do jogo. Pelo fato da lista acabar completamente com o jogo de qualquer estratégia fora do ecossistema competitivo, muitos jogadores abandonaram o LoR nessa época.
Mono Kai’Sa
Logo após o meta de Ahri Kennen tivemos mais uma vez, um meta polarizado, que fez com que o restante dos jogadores que sobreviveram ao meta de Ahri Kennen finalmente abandonarem o LoR. Este foi o meta de Mono-Kai’Sa.
Na expansão Andamundos chegaram os campeões de Runeterra, e chegou a Kai’Sa com a sua skin lendária e board de evento próprio.
Talvez para vender bem, a Riot errou um pouco na mão da campeã, e deixou ela um pouco forte demais - dando vida a um dos decks mais fortes de todos os tempos (o mais forte, na minha opinião).
Mono Kai’Sa não tinha counters, você não tinha uma lista do meta que conseguia vencer consistentemente desse deck, e tudo que tinha uma boa matchup contra a Kai’Sa era horrível contra o resto do meta.
A lista era muito eficiente e praticamente ganhava o jogo no turno 6, curvando perfeitamente a mana, sempre jogando unidades fortes em campo. Além de que era extremamente difícil de remover as suas unidades, pois elas tinham atributos muito fortes, e os feitiços de defesa desse deck eram extremamente baratos e eficientes.
Kai’Sa entrava em campo sempre muito bem protegida, e caso o adversário não tivesse uma resposta ao feitiço dela de copiar palavras-chave, o jogo acabava ali. A campeã poderia ganhar elusivo ou patrulheiro com muita facilidade, e isso acabava com o jogo instantaneamente.
A fila ranqueada logo se tornou um inferno e, logo, todos estavam jogando só com essa lista. Talvez nessa época nós provavelmente batemos o recorde de maior número de partidas espelhadas jogadas na ranqueada. Nunca saberemos se isso é verdade, mas parecia muito ser o caso.
De qualquer forma, os jogadores dessa época ficaram extremamente frustrados com esse deck, e devido ao histórico dos metas passados, mesmo depois dos nerfs, muitos abandonaram o LoR devido a Kai’Sa.
Conclusão
Se você leu até aqui, muito obrigado, espero que tenha se divertido e gostado do conteúdo.
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